Cachorros
Luto pela morte de seu animal de estimação: Como lidar?
A perda de um animal de estimação provoca as mesmas reações de luto que a perda de um ser humano (familiar, amigo). É algo imenso, difícil de se explicar e que não pode ser comparado à nada.
A dor não é proporcional ao tempo vivido com animal, mas com a profundidade dos laços afetivos desenvolvidos. Nossos bichinhos nos oferecem muito mais que companhia, como amor, apoio e lealdade, que nem sempre conseguimos receber de outras pessoas.
O que é o luto pelos animais de estimação?
O luto pode ser considerado como um conjunto de reações – físicas, emocionais e comportamentais – decorrentes de uma perda significativa1 . Contudo, quando envolve animais, o significado muda.
Neste caso, o luto não é reconhecido, sendo considerado um tipo “não autorizado” pois foge às normas estabelecidas2.
É um processo dinâmico que pode ser dividido em fases. Ao final, espera-se que o indivíduo consiga viver a sua nova realidade lidando bem com seus sentimentos.
Você sabia que o luto pelos animais de estimação também tem fases/estágios?
Os 5 estágios descritos por Elizabeth Kübler-Ross:
Segundo a autora3, a negação e o isolamento fazem parte do primeiro e são um mecanismo de defesa temporário para o impacto da notícia.
O estágio seguinte é a raiva, no qual a revolta pela perda é externalizada com questionamentos, até mesmo agressivos, e a procura por culpados.
O terceiro estágio é o da barganha que envolve a negociação, através de acordos e promessas, com divindades ou profissionais de saúde que poderiam intervir na situação.
Surge, então a depressão, o quarto estágio, no qual as pessoas ficam mais quietas, repensando e processando tudo o que aconteceu.
E, por fim, o quinto estágio, o da aceitação. Neste ponto, as pessoas estão mais serenas e conseguem expressar melhor seus sentimentos, emoções, frustrações.
As autora traz boas contribuições para o entendimento do luto pela perda de um animal de estimação, que também é um ente querido. Mesmo ainda não reconhecido, psicólogos afirmam que esta perda gera um grande impacto emocional, pois participam do núcleo íntimo do tutor.
Afinal, o luto existe na relação tutor/animal?
A Psicologia dispõe de um vasto histórico no estudo do luto normal e complicado, que se baseia essencialmente nas “Teorias de Apego” de Bowlby e propostas psicanalíticas diversas, com seus desdobramentos ao recente Modelo do Processo Dual de Luto4, ressalta a psicóloga Marina Kohlsdorf.
John Bowbly indicou que a “Teoria do Apego”3, fenômeno que estabelece o vínculo de um bebê com seu cuidador, pode também ser aplicada na relação animal-tutor. Contudo, não costuma ter boa aceitação social, especialmente por aqueles que não dividem a vida com animais.
É comum que tutores, sob os efeitos da perda, relatarem que a sociedade não considera sua dor digna de luto.
Geralmente, essa não aceitação vem de indivíduos sem relação com animais, o que dificulta a empatia em relação a esses casos, subestimando o vínculo emocional que existiu.
A “não-permissão” social certamente impede que alguns tutores passem por todas as fases do luto e superem o problema.
O que fazer para lidar com a perda?
Certamente, uma das primeiras recomendações é se permitir viver o luto, independente do que os outros pensam, e confrontar a dor. Desse modo, você pode expressar sua dor por falas, conversas, textos, poemas, música, cartas, o importante é vivenciar esse momento que faz parte da sua história. Tenha paciência consigo e respeite seus momentos.
Procurar um psicólogo para ajudar a passar por esse momento doloroso é muito indicado. Nada como um profissional especializado para nos ajudar! Há vários relatos na rede de tutores que foram ajudados nesse momento por esses profissionais. É um excelente local de fala, de desabafo, sem julgamentos, já que nem todos em nossa sociedade entendem o sentimento envolvido entre tutor e pet, quanto mais sobre a dor da perda.
E o que nos diz uma tutora e profissional da área de psicologia sobre o luto vivido pela perda de seu animal de estimação?
Leia o depoimento de Marina Kohlsdorf, doutora em psicologia e professora universitária:
PORÉM, À LUZ DA PSICOLOGIA, ESSA PERDA PODE SER TÃO OU ATÉ MAIS DIFÍCIL DO QUE OUTROS LUTOS, COMO UM DIVÓRCIO, DEMISSÃO OU MORTE DE PARENTES.
A RELAÇÃO QUE ESTABELECEMOS COM NOSSOS BICHINHOS TEM UMA ALTA CARGA AFETIVA, CONSIDERANDO QUE OS ANIMAIS PARECEM TER UMA DISPOSIÇÃO AMOROSA E CARINHOSA ESSENCIAL (E QUE TANTOS HUMANOS PRECISARIAM APRENDER).
PORTANTO, O LUTO PELA PERDA DE UM ANIMAL DE ESTIMAÇÃO É LEGÍTIMO, PRECISA SER RESPEITADO, E ,MUITAS VEZES, REQUER ATENÇÃO E CUIDADOS PROFISSIONAIS.
EU ADORO GATOS E CONVIVI DURANTE 17 ANOS COM ÁGATA, GATA SIAMESA QUE ME ACOMPANHOU EM BONS MOMENTOS E TAMBÉM FASES DIFÍCEIS DOS 7 ANOS DE IDADE ATÉ OS 24 ANOS.
EU ME LEMBRO QUE NOS 3 DIAS SUBSEQUENTES À PERDA, EU IA AO MERCADO E PADARIA EM FRANCO CHORO (NINGUÉM ESTENDIA NADA).
ÁGATA FALECEU APÓS LONGO TRATAMENTO CONTRA CÂNCER, DEIXANDO UMA FALTA ENORME, MAS TAMBÉM APRENDIZADOS E UM CARINHO PERENE.
SE VOCÊ PERDEU SEU ANIMAL DE ESTIMAÇÃO, RESPEITE SEU TEMPO E SEU ESPAÇO DE LUTO, RESPEITE SEU PROCESSO POIS ELE É LEGÍTIMO. E NÃO HESITE EM PROCURAR AJUDA PROFISSIONAL CASO AS SUAS ATIVIDADES COTIDIANAS COMECEM A TER PREJUÍZO. UM ABRAÇÃO!”
Tudo passa….
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Referências Bibliográficas:
1. VIEIRA, M. N. F. Quando morre o animal de estimação: um estudo sobre luto. Acesso em 19/03/2020.
2. OLIVEIRA, D. de. O luto pela morte do animal de estimação e o reconhecimento da perda. Acesso em 19/03/2020
3. BASSO, A. L.; WAINER, R. Luto e perdas repentinas: contribuições da terapia cognitivo-comportamental. Acesso em 20/03/2020.
4. STROEBE, M.; SCHUL, H. The dual process model of coping with bereavement: rationale and description. Acesso em 21/03/2020.
5. Portal raízes. A morte de um animal de estimação dói igual à de um familiar. Acesso em 19/03/2020.
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