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Clamidiose Felina: Conheça a Doença e Ajude Seu Gato a parar de Espirrar
Hoje chegou um gatinho aqui na clínica com a Clamidiose Felina, uma das principais causas de problemas respiratórios em felinos.
O gatinho já estava respirando muito mal, comendo muito pouco e com o olho do gato lacrimejando. A tutora, muito atenta, trouxe o seu gatinho para avaliarmos e trazer o mais rápido possível a qualidade de vida para ele de volta.
Então, vamos hoje conhecer mais sobre um dos tipos comuns de infecção respiratória em gatos, a Clamidiose Felina, diagnosticada neste gatinho que veio aqui na clínica e o que você pode fazer para evitar essa doença.
Mas o que é a Clamidiose Felina?
É uma doença respiratória causada pela Clamydophila felis (ou apenas C. felis), uma bactéria que vive dentro das células do animal que infecta.
A bactéria que causa a clamídia em gatos é a principal causadora de lesões oculares nos felinos.
Também é identificada em felinos com infecções respiratórias, sendo assim um dos principais agentes causadores do complexo respiratório felino.
Quais são os sintomas da Clamidiose Felina?
Os gatos mais afetados pela doença são os filhotes, mas ela também atinge gatos adultos. Ela pode ocasionar pneumonia e conjuntivite aguda ou crônica.
Aliás, os sintomas mais observados são espirros, febre que vai e volta, falta de apetite, perda de peso, secreção nasal, conjuntivite e dificuldade de caminhar.
A bactéria da Clamidiose em Gatos ainda é uma das mais presentes em felinos com problemas respiratórios ou lesões oculares.
Estudos mostram que 23 a 31% dos felinos com infecções respiratórias tinham a bactéria, assim como 12 a 20% dos gatos com lesões nos olhos.
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Quais os principais sintomas nos olhos do gato?
Após 1 semana de contato com a doença, os gatos iniciam o desenvolvimento dos principais sintomas.
Mas, normalmente, os sinais são leves e quase não percebidos por você tutora, o seu gatinho desenvolve uma conjuntivite com febre branda.
Com o passar dos dias essa lesão se consolida e você verá seu gato com olho inflamado sempre, o que chamamos de lesão crônica.
Neste casos recorrentes fica o gato com os olhos lacrimejando, o gato fica com o olho remelando ou mesmo, nos casos mais graves, é observado pus nos olhos de gatos filhotes ou adultos.
Portanto, é importante que você tutora fique bastante atenta aos primeiros sinais do gato com o olho inflamado ou do gato com o olho lacrimejando.
Estes primeiros dias são importantíssimos para que essa doença do olho do gato seja diagnosticada rapidamente e seu tratamento tenha sucesso.
Como ocorre a transmissão?
A bactéria que causa a clamidiose em gatos não sobrevive fora do hospedeiro, portanto, para haver o contágio, é preciso que haja contato direto entre os gatos.
Apesar disso, a contaminação pode ocorrer também através de gotículas deixadas no ar quando o gato espirra, por exemplo, ou através de objetos que armazenam e carregam a bactéria para outros locais.
A principal via de eliminação da bactéria é através de secreções oculares como: o gato com olho lacrimejando, o gatinho com olho remelando ou mesmo o pus nos olhos dos gatos filhotes ou adultos.
Em geral, essa eliminação acaba após cerca de 60 dias do primeiro contato com a infecção.
A doença pode ser transmitida para humanos?
O potencial de contágio entre animais e humanos é considerado baixo, mas a transmissão pode ocorrer por meio do contato direto com o gato infectado.
A contaminação da clamidiose felina para humanos pode causar conjuntivite, doença respiratória, pneumonia, aumento de tamanho do fígado e do baço, inflamação nos rins e inflamação da parede externa do coração.
Porém, este é um evento muito raro e você tutora deve se manter atenta e com a saúde de seu gatinho em dia para que a Clamidiose Felina não seja um problema em sua casa.
DIAGNÓSTICO – CLAMIDIOSE FELINA
O diagnóstico dos casos de clamidiose em gatos é desafiados, pois há uma grande diversidade de doenças que possuem sintomas similares.
Portanto, apenas verificar se há pus no olho do gato, se tem secreção vermelha no olho do gato ou se o gato com remela amarela, não fará com que o Médico Veterinário diferencie a clamídia em gatos de outras doenças.
O melhor método de diferenciação é cultura da bactéria em laboratório e a sua diferenciação por meio de exame ao microscópio.
Clamidiose Felina tratamento.
O principal tratamento para a doença é a utilização de pomadas que atuem diretamente da região afetada.
O uso de colírio para gato filhote ou adulto e até mesmo medicações de combate sistêmico devem ser considerados pelo Médico Veterinário de seu gatinho.
Clamidiose Felina – Tratamento Caseiro, vale a pena?
Como já tratado no texto anteriomente, você tutora viu que a Clamidiose Felina é uma doença complexa e que traz riscos tanto para o seu gatinho quanto também de contágio para humanos.
Você viu também que a clamídia é a principal bactéria envolvida na doença conhecida como Complexo Respiratório Felino.
Portanto, o tratamento de eleição deve ser rápido, seguro e com resultados garantidos, o que só conseguimos – nesse caso – com o uso de medicações com formulações industriais específicas.
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Como me previnir da Clamidiose em gatos?
Da mesma forma que ocorre em outras doenças infecciosas causadas por vírus ou bactérias, é importante tomar cuidado com o contato entre seu gatinho e animais desconhecidos.
Caso seu animal venha a ser contaminado pela clamídia em gatos, é interessante também reduzir o contato entre você e seu gato enquanto durar o período de infecção.
Sempre que entrar em contato com o seu gatinho com o olho lacrimejando é interessante que você tutora lave suas mãos para evitar o seu contágio e mesmo a disseminação da clamidiose para outros gatos.
Tomando alguns cuidados simples, podemos contribuir para o seu bem estar e de seu bichinho.
Guilherme Rezende
Médico Veterinário
Formado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Pós graduado em Clínica Cirúrgica de Pequenos Animais pela Universidade Castelo Branco (UCB).
Cofundador da Plataforma Clube dos Bichos.
Fabiano Carregaro
médico veterinário
Médico Veterinário graduado pela Universidade de Brasília (UnB).
Mestre em Ciências Veterinárias pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
Cofundador da Plataforma Clube dos Bichos.
Referências Bibliográficas:
LITTLE, S. E. O Gato: Medicina Interna. 1. ed. Rio de Janeiro: Roca. 2016.