Cinomose canina: quanto tempo dura? Será que tem cura?

A cinomose canina é uma das doenças mais sérias que nossos melhores amigos cães podem ter, sendo esse um momento delicado e que devemos ter o máximo de atenção com nossos cãezinhos.

Aliás, saber como funciona a cinomose, quanto tempo dura a contaminação, o que fazer com meu cachorro doente e se a cinomose tem cura é de extrema importância para melhor cuidar de nossos melhores amigos.

Preparamos um guia completo sobre essa doença. Fique com a gente e saiba tudo sobre a cinomose em cachorro!

Cinomose o que é e quem está em risco?

Você sabe o que é cinomose? Estamos falando de uma doença contagiosa de grande importância no mundo dos cães.

A cinomose é provocada por um vírus com um perfil de alta taxa de mortalidade, que quando não leva o animal ao óbito deixa graves sequelas.

Portanto, é considerada uma doença grave que afeta cães não vacinados de qualquer idade. No entanto, é mais comum em filhotes entre 3 e 6 meses de idade ou naqueles cães que não completaram o protocolo vacinal.

Cães que não recebem o reforço anual da vacina múltipla (V8, V10, V11 ou V12) e cães idosos com baixa imunidade são animais que possuem maior facilidade em contrair a doença. No entanto, a cinomose pode afetar cães de qualquer faixa etária.

É fundamental compreender o que é a cinomose canina e quais animais estão em risco para garantir a saúde e o bem-estar dos nossos companheiros de quatro patas.

O vírus da cinomose afeta predominantemente carnívoros terrestres, como os cães, mas também focas, furões, gambás e felinos exótico. Entretanto, é importante ressaltar que os gatos domésticos não são afetados por esse vírus.

Cinomose canina: Transmissão.

A transmissão do vírus da cinomose em cães se dá pelo contato de um animal saudável com um infectado, seja de forma direta (contato direto com secreções) ou mesmo na forma indireta (contato com comedouros, brinquedos, locais infectados, casinhas, cobertores).

O cão infectado elimina o vírus pela urina, fezes e secreções (nasal e ocular) por até 90 dias, portanto é muito importante evitar o contato do animal doente com outros cães saudáveis durante este período.

O vírus pode resistir por até 3 meses no ambiente, mas não é capaz de sobreviver a limpeza com bons desinfetantes.

Mas a cinomose pega em humano?

Uma dúvida comum entre as tutoras de cães é se a cinomose canina passa para humanos.

É importante destacar que a cinomose de cachorro não passa para nós, seres humanos. O vírus responsável pela cinomose canina é específico para cães e não tem a capacidade de infectar humanos.

No entanto, é fundamental ressaltar que podemos desempenhar um papel importante na disseminação do vírus.

Mesmo que o vírus da cinomose canina não passa para humanos, podemos carregar o vírus em nossas roupas, calçados ou mãos e, assim, transferi-lo de um ambiente contaminado para um ambiente saudável.

Se tivermos contato com um cão infectado e, em seguida, entrarmos em contato com outro cão saudável sem a devida higiene, podemos transmitir indiretamente o vírus.

Portanto, mesmo já sabendo que a cinomose canina passar para humanos é impossível, atente-se para tomar as precauções que evitam a disseminação do vírus. Isso inclui lavar bem as mãos, trocar de roupas e calçados ao entrar em contato com cães infectados, e garantir a higiene adequada nos ambientes onde os animais vivem.

Lembre-se de que a cinomose canina é uma doença grave para os cães e a prevenção é a melhor forma de proteger nossos amigos peludos. Mantenha seus cães adequadamente vacinados e longe da cães sabidamente positivos.

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Sintomas da cinomose canina – reconhecendo os sinais da doença.

Os sintomas da cinomose em cachorro são pouco específicos e inicialmente se confundem com outras doenças.

A cinomose canina pode apresentar 3 fases, que não aparecem necessariamente em sequência.

Cinomose fase 1 – Sintomas Respiratórios e Dermatológicos.

Nesta fase inicial, é comum observar tosse seca ou com catarro, secreção nasal, conjuntivite, dificuldade respiratória, secreções oculares e febre.

Além disso, a cinomose também pode causar alterações na pele, como pústulas abdominais, conjuntivite e hiperqueratose (espessamento) do focinho e coxins.

Cinomose fase 2 – Sintomas Gastrointestinais.

Na fase gastrointestinal, os cães com cinomose podem apresentar vômitos, diarreia, falta de apetite, fraqueza e dores abdominais.

Esses sintomas podem contribuir para a desidratação do animal e a perda de peso.

Cinomose fase 3 – Sintomas Neurológicos.

Na terceira fase, o sistema neurológico do cachorro com cinomose é afetado. Nesse estágio, o animal pode apresentar vocalização excessiva, contrações musculares involuntárias (espasmos), alterações comportamentais (agressividade), convulsões, movimentos de pedalagem, andar em círculos e até mesmo paralisia e crises convulsivas.

Esses sinais podem ocorrer simultaneamente à fase gastrointestinal ou surgir de 1 a 3 semanas após o término da fase digestiva.

Mas, infelizmente é impossível determinar quanto tempo dura a fase neurológica da cinomose, pois isso vai depender de cada indivíduo.

É importante ressaltar que a presença de qualquer um ou mais desses sintomas de cinomose não obrigatoriamente confirmam o diagnóstico da doença.

Somente um médico veterinário pode realizar uma avaliação completa do animal, levando em consideração o histórico do animal, seus sintomas, exames clínicos e testes laboratoriais, para um diagnóstico preciso.

Mas quanto tempo precisa para a recuperação da cinomose?

Em média, após 14 dias de infecção os cachorro com níveis de proteção adequados conseguem eliminar o vírus totalmente e os sintomas apresentados desaparecem.

Entretanto, nos animais em que o vírus consegue persistir por mais tempo há possibilidade de ficarem infectados por 2 a 3 meses.

Cinomose canina: diagnóstico.

Para se fazer o diagnóstico da cinomose em cachorro é necessária uma análise clínica detalhada do paciente, além de alguns exames complementares (como hemograma, sorodiagnóstico e/ou PCR).

Entretanto, em algumas situações, o diagnóstico da cinomose pode não chegar em uma conclusão, pois existem muitas doenças que possuem o mesmos sintomas apresentados pelos cachorros com cinomose.

Por isso, é sempre necessário a análise de vários exames em conjunto para que o médico veterinário possa fechar o diagnóstico correto para essa doença.

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Cinomose em cachorro tem cura?

Uma pergunta comum entre as tutoras é se a cinomose tem cura para o cachorro. É importante esclarecer que a cinomose é uma doença com prognóstico ruim, que não possui um alto índice de cura, mas existem alternativas de tratamento para ajudar o animal a combater a doença e lidar com possíveis sequelas.

Quando uma tutora me pergunta se cinomose canina tem cura eu respondo que não há um remédio específico que combata diretamente o vírus da cinomose.

Portanto, o tratamento concentra-se principalmente no controle dos sintomas e na prevenção ou combate a infecções secundárias que possam surgir.

Embora não haja uma cura definitiva, a medicina veterinária oferece várias soluções para ajudar os cães a terem uma boa qualidade de vida após a doença. Por exemplo, a acupuntura tem mostrado sucesso para tratar os distúrbios neurológicos decorrentes da infecção

Além disso, medidas de suporte, como terapia de fluidos intravenosos, suplementação nutricional e medicamentos para controle de convulsões, podem ser adotadas para minimizar os sintomas e melhorar o bem-estar do animal.

É importante destacar que cada caso é único, e o prognóstico pode variar dependendo da gravidade da doença e da resposta individual de cada animal ao tratamento. Alguns cães podem se recuperar completamente, enquanto outros podem apresentar sequelas permanentes.

Portanto, embora a cinomose canina em si não tenha uma cura direta, é possível trabalhar no tratamento dos sintomas, das sequelas e das complicações associadas, proporcionando uma melhor qualidade de vida aos cães que sobrevivem à doença.

Cinomose canina como prevenir?

Atualmente, a melhor forma de proteger seu animal é por meio da vacinação e evitar o contato com animais que apresentem os sintomas da cinomose.

Os filhotes devem receber 3 a 4 doses de vacina a partir dos 45 dias de vida, com intervalos de 21 a 30 dias entre as aplicações, de acordo com o protocolo utilizado pelo médico veterinário do seu cãozinho.

A partir desse momento, o animal deve ser revacinado (dose única – reforço) anualmente para garantir a continuidade da proteção.

Os passeios com os cachorros filhotes devem aguardar a última dose de vacina. Deste modo, o animal estará apto a combater o vírus caso entre em contato.

Siga as orientações do médico(a) veterinário(a) de sua confiança sobre o calendário de vacinações e os reforços vacinais, e dessa forma o animal terá chance mínima de se contaminar.

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Mas cinomose pega em cachorro vacinado?

Uma pergunta que recebo sempre que falo de cinomose em um consulta é se a cinomose pode afetar cachorros vacinados. É importante lembrar que, embora a vacina apresente um alto grau de proteção contra a doença, ainda existe um pequeno risco de um cachorro vacinado contrair o vírus e ficar doente, embora isso seja raro.

Por exemplo, se o animal tiver contato com uma quantidade significativa do vírus ou se estiver passando por alguma outra doença que comprometa a eficácia do seu sistema imunológico, pode ocorrer a infecção pelo vírus da cinomose e o desenvolvimento da doença, mesmo após a correta vacinação.

No entanto, é importante ressaltar que esse risco não deve ser motivo para deixar de vacinar seu cachorrinho filhote. A vacina contra a cinomose é extremamente eficaz e muito importante para a saúde e bem-estar do seu melhor amigo.

Embora não ofereça uma proteção absoluta, a vacinação é a melhor forma de prevenir a cinomose. Ela também ajuda a reduzir significativamente as chances de infecção e desenvolvimento da doença.

Portanto, mesmo que haja um risco mínimo de cinomose em cachorros vacinados, a vacinação continua sendo fundamental para a manutenção da saúde do seu melhor amigo.

Cachorro com cinomose sente dor?

Um aspecto importante a ser considerado na cinomose canina é se os cães afetados pela doença sentem dor.

Embora a dor seja uma sensação subjetiva e não seja possível avaliar diretamente o nível de desconforto em animais, a cinomose pode causar sintomas que podem indicar desconforto ou dor no cachorro.

Como já falamos, durante a progressão da cinomose canina, o vírus afeta várias partes do corpo do animal. Esses sistemas são responsáveis por diferentes funções vitais do organismo, e a alteração em cada um deles pode desencadear uma série de sintomas dolorosos.

Na fase inicial da doença, sintomas como tosse seca, dificuldade respiratória, secreção nasal e ocular, conjuntivite e febre podem causar desconforto respiratório e, consequentemente, dor.

Na fase gastrointestinal, o cachorro com cinomose pode apresentar sintomas como vômitos, diarreia, falta de apetite, fraqueza e dores abdominais.

Essas manifestações indicam inflamação e irritação do trato gastrointestinal, o que pode causar desconforto e dor no animal.

Já na fase neurológica da cinomose, o sistema nervoso central é afetado, levando a sintomas como convulsões, alterações comportamentais, entre outros. Esses sintomas indicam danos nos tecidos cerebrais e medulares, podendo gerar desconforto e dor para o cachorro.

Por isso, o tratamento da cinomose canina, além de focar na eliminação do vírus, também envolve o manejo dos sintomas e a minimização do desconforto para o animal.

Isso pode incluir o uso de medicamentos para controlar a dor, diminuir a inflamação e manter o bem-estar do cão durante o processo de recuperação.

Como saber se o cachorro está melhorando da cinomose?

Quando um cachorro é diagnosticado com cinomose canina, é natural que os tutores queiram acompanhar de perto o progresso da recuperação do animal.

Embora a cinomose seja uma doença complexa e cada caso seja único, existem alguns sinais e indicadores que podem sugerir uma melhora no estado de saúde do cachorro.

1. Sintomas Reduzidos: Durante o tratamento, é esperado que os sintomas da cinomose canina diminuam gradualmente.
2. Recuperação do Apetite: Um dos sintomas comuns da cinomose é a perda de apetite. À medida que o cachorro se recupera, é esperado que o apetite retorne gradualmente.
3. Aumento da Energia e Atividade: Com o progresso da recuperação, o cachorro pode demonstrar um aumento na energia e disposição para brincar, explorar o ambiente e interagir com os tutores.
4. Retorno da Estabilidade de Marcha e Coordenação de movimentos: Se o cachorro estava apresentando problemas de locomoção o animal pode começar a se movimentar com mais facilidade e retomar sua capacidade de se locomover sem dificuldades evidentes.

É importante lembrar que a melhora do cachorro com cinomose pode ser um processo gradual e levar algum tempo, por isso é necessário ter paciência.

Cada cachorro é único e responderá ao tratamento de maneira individual, e a velocidade e extensão da recuperação podem variar. Além disso, em alguns casos, o cachorro pode apresentar recaídas temporárias antes de se recuperar completamente.

Quanto tempo o vírus da cinomose fica no ambiente?

Para responder a pergunta “quanto tempo a cinomose fica no ambiente” é preciso levar vários fatores em consideração, como temperatura, umidade e condições de limpeza.

Em geral, o vírus pode persistir em superfícies e objetos contaminados por semanas ou até mesmo meses.

É importante ressaltar que a limpeza adequada e a desinfecção dos ambientes são essenciais para reduzir o risco de transmissão do vírus da cinomose.

No entanto, devemos destacar que alguns produtos de limpeza comuns, como água sanitária diluída, podem ser inativados pelo vírus da cinomose. Portanto, é fundamental utilizar desinfetantes específicos recomendados por profissionais veterinários para garantir a eficácia da desinfecção.

Além disso, é importante evitar o contato direto com objetos, ambientes ou animais suspeitos de estarem contaminados com o vírus da cinomose. A prevenção é fundamental para evitar a disseminação da doença.

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Catiane Lopes

Médica veterinária graduada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em 2012.
Mestre em Ciência Animal pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em 2016.
Especialização em acupuntura veterinária pelo Instituto Jaqueline Pecker, em 2013, e pelo Instituto Incisa Imam, em 2018.
Atua como veterinária clínica geral e acupunturista veterinária de pequenos animais.

Referência Bibliográfica:

Schoen, A.M. Acupuntura veterinária: da arte antiga à medicina moderna. São Paulo: Roca, 2006.

Nelson, R W; Couto, C.G.  Medicina interna de pequenos animais. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.