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Caixinha de Transporte para Gato: 9 dicas para o uso sem estresse.
Escolher a caixinha de transporte para o seu gato pode ser uma das tarefas mais difíceis para um tutor. Isto porque os diversos modelos e preços existentes no mercado deixam qualquer pessoa perdida na escolha “ideal” para o seu melhor amigo.
Entretanto, é importante que os tutores saibam que o modo como usamos a caixinha de transporte escolhida e como fazemos a adaptação de nossos animais a esse local totalmente único e estranho é muito mais determinante para o sucesso da escolha do que realmente o tipo de caixa adquirida.
Um gatinho mal adaptado a esse local certamente ficará muito agitado, estressado e até agressivo em todos os momentos em que precisarmos transportá-lo.
Portanto, selecionamos 9 dicas para transportar o seu gato sem estresse.
1. Nunca leve o gato solto no carro.
Se o animal estiver solto dentro do carro, ele tem liberdade para fazer o que quiser. Assim, ele pode pular pela janela, pular no painel do carro, pular no seu colo e causar um acidente de trânsito. Então, por razões de segurança, sempre transporte o gato dentro de caixas transportadoras.
2. Escolha uma caixinha de transporte resistente e simples para o seu gato.
Quando for escolher a caixinha de transporte para o seu gato, dê preferência a caixas resistentes e simples, ou seja, sem muitos adereços ou extravagâncias.
Caixas de transporte desmontáveis, que permitem a retirada da parte de cima, são extremamente práticas e, portanto, uma ótima escolha.
3. Deixe a caixa em lugar acessível.
Evite guardar a caixa de transporte no alto do armário ou em um cômodo da casa onde o gato não tenha acesso.
No dia a dia, mantenha a caixa de transporte em um local da casa onde o gato tenha fácil acesso, para que ele se familiarize com esse objeto e não o associe a um momento de estresse e desconforto.
4. Acima de tudo, tente deixar a caixinha de transporte do seu gato mais confortável e familiar.
Em primeiro lugar, coloque dentro da caixa de transporte cobertores e panos que o seu gato já usa, que já tenham o seu cheiro, para que o ambiente dentro da caixa fique mais confortável e mais familiar para o animal, o que vai facilitar a sua entrada e tornar a sua permanência lá dentro mais tranquila.
Da mesma forma, uma opção é borrifar feromônios sintéticos dentro da caixa de transporte minutos antes de vocês saírem de casa.
Além disso, é muito comum que os gatos vomitem e/ou defequem dentro da caixa de transporte ao longo da viagem. Por isso, é interessante que você leve um pano extra para trocar e manter o ambiente dentro da caixa de transporte limpo e confortável para seu gato.
5. A entrada do gato na caixinha de transporte deve ser tranquila, ou seja, com suavidade.
A entrada do gato na caixa de transporte é um momento muito importante: ela pode influenciar para que o animal faça uma viagem tranquila ou estressante.
Assim, se usarmos uma caixa de transporte desmontável, basta retirar a parte de cima, colocar o gato e tampar a caixa. Se, por outro lado, forem usadas caixas de transporte de portinha, não devemos forçar a entrada do gato, o ideal é que essa entrada aconteça de forma espontânea.
6. Evite que a caixa de transporte balance dentro do carro.
Os gatos ficam extremamente incomodados quando a caixa de transporte balança. Então, para evitar que isso aconteça, é importante que você fixe a caixa de transporte no interior do seu veículo.
Você tem duas formas de fixar a caixa de transporte dentro do seu carro: em primeiro lugar, você pode colocar a caixa de transporte no chão atrás dos bancos da frente, outra opção é fixar a caixa em cima do banco usando o cinto de segurança.
Durante a viagem, procure criar um ambiente tranquilo e sereno para que seu animal fique à vontade: dirija devagar e com cuidado, sem manobras bruscas, e também coloque uma música a que seu bichinho esteja familiarizado.
Se possível, também, converse com seu gato. Isso é importante porque ele já conhece sua voz e ouvir você com certeza o tranquilizará.
Alguns animais gostam de olhar para fora da caixa, mas a maioria deles prefere viajar com a caixa de transporte coberta com um pano.
7. Evite bater a caixinha de transporte do gato quando sair do carro.
Ao chegar ao destino, tome muito cuidado para retirar a caixa de transporte de dentro do carro. Da mesma forma, atente-se aos obstáculos durante o trajeto e procure não bater a caixa em nenhum local ou mesmo nas suas pernas.
8. O retorno.
Em suma, todas as orientações durante o trajeto de ida devem ser repetidas na volta para casa.
9. Chegando em casa (ou seja, promovendo a readaptação).
Se você possui mais de um gato em casa, existe a possibilidade do animal que saiu com você voltar para casa com um cheiro diferente e, como resultado, os animais que ficaram em casa podem rejeitá-lo. Antes de reintroduzir o animal que saiu ao convívio dos demais, portanto, verifique se haverá rejeição.
Para isso, coloque a caixinha transportadora em um local onde os animais que ficaram em casa tenham acesso e, em seguida, monitore a reação deles. Posteriormente, se eles permanecerem calmos e tranquilos, você poderá abrir a caixa e deixar o seu gato se juntar aos companheiros.
Mas, se você notar uma tensão no ar, provavelmente o gato que saiu está com odores diferentes dos que os demais estão habituados.
Caso isso aconteça, mantenha o gato que está voltando para casa em um ambiente separado por, no mínimo, 24 horas. Da mesma forma que o local habitual, o novo local deve possuir comedouro, bebedouro e caixa de areia, além de arranhador e brinquedos.
Após esse tempo, primeiramente repita a operação de colocá-lo na caixa transportadora num ambiente acessível para os outros gatos. Após esse período, normalmente o animal que saiu já recuperou o seu cheiro habitual e, certamente, os companheiros não mais o rejeitarão.
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Médico Veterinário formado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Pós graduado em Clínica Cirúrgica de Pequenos Animais pela Universidade Castelo Branco (UCB).
Cofundador do site Clube dos Bichos.
Médico Veterinário graduado pela Universidade de Brasília (UnB).
Mestre em Ciências Veterinárias pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
Cofundador do site Clube dos Bichos.
Referências:
BEAVER, B. V.. Comportamento Felino: um guia para veterinários. 2ª edição, Ed. Roca, São Paulo. 2005.
Kessler MR, Turner DC. Effects of density and cage size on stress in domestic cats (Felis silvestris catus) housed in animal shelters and boarding catteries. Animal Welfare 1999;8:259-267.