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Atopia em Cães – Tratamento com a Acupuntura.
As doenças cutâneas mais frequentemente diagnosticadas no Brasil são as de origem bacteriana, imunopática, endócrina e parasitária. Sendo a atopia em cães, o segundo transtorno cutâneo alérgico mais frequente, porém menos constante que a dermatite alérgica à picada de pulgas (DAPP).
Muitas raças são relatadas como predispostas a atopia canina, sendo as mais comuns em nosso meio: Boxer, Cocker Spaniel, Dálmata, Bulldog Inglês, Setter Inglês, Setter Irlandês, Golden Retriever, Labrador, Lhasa Apso, Pastor Alemão, Shar Pei, Shi Tsu e Poodle.
A Medicina Tradicional Chinesa (MTC) pode ser uma opção de tratamento para os cães com dermatite atópica canina. Vamos ver como a MTC pode ajudar seu cachorro com dematite atópica canina.
O que é a Atopia em Cães?
A atopia em cães, também chamada Dermatite Atópica Canina, é uma enfermidade cutânea crônica recidivante. Costuma acometer cães a partir de 6 meses até 7 anos de idade, com aproximadamente 70 % dos cães afetados em idades de um a três anos.
A pele é o maior órgão do organismo e esse órgão possui funções como barreira anatomo-fisiológica entre o ambiente externo e o organismo, sendo imprescindível para a sobrevivência.
Quais são os Sintomas da Dermatite Atópica Canina?
O sinal clínico mais comum é o prurido, e, na maioria das vezes, o único sinal precoce da doença, sem lesões clínicas observáveis.
O trauma causado por esse prurido vai determinar outros sinais clínicos, alguns deles graves, que afetam em especial a face, patas, a superfície ventral do tronco e axilas; a otite externa também é uma manifestação comum da atopia em cães.
Diagnóstico da Atopia em Cães
O diagnóstico da dermatite atópica canina é baseado no histórico, nos sinais clínicos, na exclusão dos diagnósticos diferenciais, e nos resultados dos testes diagnósticos.
O diagnóstico diferencial inclui as patologias pruriginosas: demodicose e sarna sarcóptica, hipersensibilidade a picadas de pulgas, piodermite secundária, hipersensibilidade alimentar, dermatite por Malassezia pachydermatis, distúrbios da queratinização e dermatites psicogênicas.
Atopia em Cães na Medicina Tradicional Chinesa – MTC
A atopia é uma doença de difícil diagnóstico tanto pela medicina ocidental quanto para a medicina oriental.
Trata-se de uma patologia crônica, muitas vezes encontrada com um quadro complexo com vários órgãos e sistemas, vários movimentos dentro dos 5 movimentos, comprometidos.
Mas Quais os Benefícios da Acupuntura na Dermatite Atópica em Cachorro?
Todos os animais apresentam um limite de tolerância ao prurido, acima do qual começam a coçar, roçar, esfregar e morder-se.
Na MTC, o vento está associado a atopia, principalmente no prurido que muda de lugar. Sendo assim, o mais importante é definir qual a origem deste vento no organismo, para que se possa encontrar a raiz do problema e efetuar o melhor tratamento e ter uma evolução clínica satisfatória.
A acupuntura pode ter alguns benefícios no tratamento de doenças de pele em cães, incluindo:
- Redução da inflamação: A acupuntura pode ajudar a reduzir a inflamação na pele.
- Alívio da coceira: A acupuntura ajuda a aliviar a coceira associada a muitas doenças na pele dos cães.
- Fortalecimento do sistema imunológico: A acupuntura fortalece o sistema imunológico, o que ajuda a prevenir as recorrências de condições de dermatites crônicas.
- Redução do estresse: A acupuntura reduzir o estresse, o que pode ser um fator desencadeante para muitas condições de pele.
- Estimulação da circulação sanguínea: A acupuntura estimula a circulação sanguínea, o que ajuda a promover a cura da pele.
No entanto, é importante lembrar que a acupuntura não deve ser usada como um tratamento isolado para doenças de pele graves. Sempre fale com um médico veterinário antes de iniciar a acupuntura ou qualquer outra forma de tratamento.
Qual o Tratamento da Dermatite Atópica Canina?
Devemos lembrar da importância dos fatores patogênicos externos que atuam desencadeando as crises. Além disso, a importância do sangue na defesa e nutrição da pele.
Estes dois fatores se encontram alterados na maioria dos animais atópicos, ou seja, há um desencadeamento por algum fator patogênico externo ou por uma deficiência de sangue, causando alterações nos órgãos e consequentemente manifestações na pele.
As causas dessas alterações são assim classificadas:
- Deficiência de baço
- Deficiência de pulmão
- Deficiência de sangue
- Estagnação de sangue do fígado
1. Deficiência de baço na Dermatite Atópica Canina:
A causa mais comum de atopia é a deficiência e estagnação de sangue causada pela deficiência de baço, por ser esse o órgão responsável pelo início a fabricação de sangue.
O sangue é o responsável por levar o Qi nutritivo e defensivo a todo o corpo.
A deficiência de Qi nutritivo principalmente na pele predispõe a uma maior propensão do organismo aos ataques e ações dos fatores patogênicos externos.
Dessa forma a pele fica mais exposta ao vento, o que causará prurido e ao calor que causará lesões eritematosas e as infecções relacionadas as lesões pustulares e presença de pápulas.
A deficiência do baço pode provocar umidade promover estagnação do Qi e do sangue na pele, ocasionando pústulas e vesículas, seborreia seca e também oleosa.
Temos que nos lembrar que o sistema imune tem uma ligação forte com o baço, devido ao sangue controlar e levar o Qi defensivo para todo o corpo.
2. Deficiência de Pulmão:
O pulmão é a fonte de Qi do organismo, sendo o formador do Qi defensivo que protege o organismo dos fatores patogênicos externos e evita a colonização da pele por estes fatores.
Nos animais atópicos pode se observar animais que só espirram, com lesões de pele apenas visíveis nos quadros mais graves de exposição aos alérgenos, o que parece indicar uma alteração no baço, mas provavelmente por consequência de alterações no pulmão. Nota-se a relação da parte respiratória da atopia que em geral se acompanha de espirros.
3. Deficiência de Sangue na Atopia em Cães:
Essa é a principal causa de sinais clínicos na atopia. A base de todo tratamento de atopia se baseia em controlar e evitar a deficiência e estagnação de sangue.
4. Estagnação de Sangue do Fígado:
Essa é a causa menos comum de atopia, porém pode acontecer e está relacionada àqueles animais que em situações de estresse intenso, se coçam e apresentam quadros de alterações dermatológicas.
Geralmente são animais agitados, inquietos e bastante agressivos. Além dos sinais comportamentais, o organismo sofre uma má distribuição do sangue, por consequência o Qi defensivo e nutritivo para os órgãos e pele principalmente. O mecanismo nesse caso é a falta de sangue por acúmulo e falta de distribuição, função esta realizada pelo fígado.
Mas Como Tratar essa Doença?
A divisão relatada é apenas uma forma didática de abordar e tratar o processo, pois em geral as causas estão combinadas e na maioria das vezes devem ser tratadas conjuntamente.
O tratamento se baseia principalmente na prevenção, controle da estagnação e na melhora da produção de sangue. Em episódios de crise, deve-se retirar o vento.
Aliás, dos fármacos tradicionais, tanto na forma de suplementos sintéticos, como no uso de linhaça, o ômega 3 auxilia e melhora bastante a condição da pele do animal.
Dietas à base de arroz integral, peixe ou coelho, frutas e verduras podem substituir a ração e ajudar no tratamento.
Porém, essa troca alimentar, só deve ser realizada mediante acompanhamento veterinário.
Com paciência e dedicação, você conseguirá reverter esse quadro desconfortável em seu cãozinho. Além disso, manter a saúde da pele do seu cão e contribuir para que ele viva feliz e confortável por muitos anos.
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Catiane Lopes
Médica VeterináriaMédica veterinária graduada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em 2012.
Mestre em Ciência Animal pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em 2016.
Especialização em acupuntura veterinária pelo Instituto Jaqueline Pecker, em 2013, e pelo Instituto Incisa Imam, em 2018.
Atua como veterinária clínica geral e acupunturista veterinária de pequenos animais.
Bibliografia
Lobo Júnior, José Eduardo Silva. Acupuntura na prática clínica veterinária. Interbook, 2012.
Wazlawik, A. Atopia canina: uma breve revisão de literatura (monografia). Curso de especialização de medicina veterinária. Centro de ciências rurais. Universidade federal de santa maria. Santa maria, RS, 2006.
Alves, B. H et al. Dermatite atópica canina: Estudo de caso. Pubvet, v.12, n.8, a154, p1-6, Ago., 2018.
